Uns dias em Paris

Uns dias em Paris
Child wonders at the Louvre

Estive quase para não fazer esta viagem.

Que bela maneira de começar o relato do que foi Paris, com a pseudo autocomiseração do costume. Tem fases isto de me sentir focado em fazer fotografias, onde na maioria apenas reajo ao olhar, outras consigo antecipar o resultado e corrigir atempadamente os valores de exposição, ou lente a utilizar. Paris foi um misto de emoções, com os seus tons de outono e chuva persistente, sem sentir o amor que lhe é atribuído, mas aceitando a sua luz.

O itinerário foi pensado para 3 dias, já que o dia da chegada e o dia de partida praticamente não foram aproveitados. Coisas de viajar em low-cost. Já tinha decidido não subir à torre Eiffel, mas compensar com a elevação de Montmartre. O mesmo para o Museu do Louvre, embora a afinidade da pintura com a fotografia fosse aliciante, dei prioridade à descoberta de lugares. Dias antes da viagem, com as previsões de chuva, deveriam fazer-me mudar de ideias, foi um momento de aprendizagem. Fiz um roteiro pelas praças e jardins, ruas e avenidas e gastar nas brasseries. Das três grandes cidades que visitei, Londres, Barcelona e agora, Paris, vai ocupar sem dúvida um lugar muito especial no meu coração.

Montmartre é o Sacre Coeur. Fotografei a catedral, fotografei-a das escadas, atrás do carrossel, entre as ruas e de perto. Não gostei de nenhuma das imagens. O dia estava cinzento e chuvoso e senti que não estava a fazer justiça ao Sacre Coeur. Todavia, se a chuva pode tirar contraste e brilho à pedra branca, salienta os verdes e amarelos. Foi o que encontrei na subida ao lado do funicular, a Foyatier, foi o que encontrei na L’Abreuvoir e na pequena praça ao lado do Le Consulat, desta vez desprovida de artistas.  

Outro dos locais que me impressionou foi o Centre Georges Pompidou. Li algures que deve fechar para remodelação e infelizmente o que me recordo do senhor que lhe deu o nome é que foi Presidente da França. Deve ter sido uma pessoa extremamente culta, já que não se dedicam museus de arte contemporânea a qualquer um. A arquitetura do edifício é impressionante que me fez lembrar o Leadenhall em Londres, com as condutas exteriores, passagens à vista e detalhes. Mas as cores, que diferença.