Este tipo de questão é típico de uma entrevista de emprego: “Quem é você?”, perguntam. A resposta é quase sempre em torno do que queremos ser e não o que realmente somos. A realidade é esta: este é um blog de fotografia, muito pouco frequentado e ainda menos regularmente atualizado.
Agora que estou frente ao computador, na página que explica a razão de ser deste espaço, questiono-me por que raio continuo a fazer fotografia onde obviamente não me encaixo. Sei tirar fotografias, no sentido que na sua maioria saem nítidas, mas não sei fazer fotografias, não no sentido de pôr no papel o que me vai na alma quando vejo determinado sujeito. É um desafio constante. Bem, se fizer divagar no tempo a algum de vós, menos mal.
A fotografia é, para mim, um hobbie, um passatempo. É igualmente um motivo, um escape, um objetivo, terapia, um sorriso, algo precioso, uma teimosia, um poço sem fundo, uma clivagem, um refúgio. Não gosto de aparecer em fotografias. Todavia, gosto de capturar como vejo as coisas e como vejo as gentes. A fotografia de rua é o motivo perfeito para exercer, ver a cena como ela se desenrola naquele momento do tempo e do espaço, ser observador e não interveniente, controlando apenas alguns números da câmara, o sítio onde estou e o disparo. É o derradeiro ato de libertação, onde efetivamente observar não altera o resultado para irritação dos físicos quânticos.
Para finalizar, o blog está hospedado num pequeno Raspberry Pie, através de uma combinação de LAMP (Linux, Apache, MySQL, PHP), um microSD rápido e algum gozo em pôr tudo a funcionar.
PS – todas as imagens são de uso proibido.